Câmara de Viseu abre candidaturas para subprograma de resiliência cultural

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A Câmara de Viseu abriu hoje as candidaturas para um “subprograma municipal de resiliência cultural à crise pandémica”, que disponibilizará 150 mil euros destinados à criação de uma agenda de atividades ‘online’ e presenciais.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, disse haver “uma grande preocupação” do município para que o “ecossistema criado no âmbito da cultura não se perca” com as restrições originadas pela covid-19.

“Reagimos com o Cubo Mágico, temos mantido o Viseu Cultura nas suas diferentes fórmulas”, mas este subprograma – intitulado “Viseu Cultura+” – foca-se na preocupação de manter vivos e ativos “os pequenos grupos”, explicou, exemplificando com os ranchos folclóricos, as bandas filarmónicas e os grupos etnográficos.

Complementar ao programa “Viseu Cultura”, o “Viseu Cultura +” tem como objetivo “apoiar a manutenção da atividade artística e cultural, no período do confinamento e pós-confinamento, de artistas, bandas e coletividades do concelho de Viseu, através de uma agenda supletiva de atividades ‘online’ e presenciais”.

Podem candidatar-se a partir de hoje artistas em nome individual e coletividades artísticas preexistentes, com atividade regular, profissionais ou semiprofissionais, nas áreas da música, artes performativas, novo circo, fotografia e cinema, e também as coletividades de folclore e etnografia.

“Já têm que ter atividade antes da crise da pandemia”, esclareceu o vereador da Cultura, Jorge Sobrado.

Por um lado, será apoiada a produção de conteúdos digitais com duração entre 10 e 12 minutos para difusão em ‘streaming’ ou nas redes sociais e, por outro, serão contratados espetáculos e atividades presenciais, a realizar na primavera e no verão.

Serão excluídas propostas de iniciativas já apoiadas ao abrigo do “Viseu Cultura” de outros instrumentos de financiamento.

Segundo Jorge Sobrado, este subprograma “não é uma vacina que irá resolver todos os males”.

No entanto, “é um suplemento vitamínico para a atividade”.

O vereador realçou que o objetivo é “estimular a continuidade da atividade”, em moldes diferentes dos habituais, “garantindo rendimento e a agenda cultural possível” no contexto de pandemia.

A autarquia avançará com o pagamento de 30% do valor, a título de reserva do espetáculo.

“Sabemos que muitos destes grupos têm custos fixos que têm dificuldades em pagar. As bandas, os ranchos, os grupos etnográficos não têm atuações. Esta antecipação dos 30% também visa, de alguma maneira, dar-lhes tesouraria para que possam subsistir”, disse Almeida Henriques.

O autarca frisou que os 150 mil euros do “Viseu Cultural +” acrescem ao orçamento anual de 800 mil euros do “Viseu Cultura” e aos 400 mil euros de apoio à gestão e programação do Teatro Viriato.

A fase de candidaturas arranca hoje e decorrerá até 15 de fevereiro, sendo a análise realizada em contínuo.

“As primeiras propostas a serem recebidas serão as primeiras a ser respondidas”, garantiu Jorge Sobrado.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 10.721 pessoas dos 643.113 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.