BE quer que “grito do interior” chegue ao parlamento para acabar com o “cortar e encerrar”

Apesar de “muitos quilómetros, poucas pessoas e frases feitas”, o interior que o BE defende “não chora”, mas pretende acabar com o “cortar e encerrar” e com a “dança perversa entre os dois polos partidários” que o têm destruído.

“Para quem ainda diz que o Bloco de Esquerda é um partido urbano, aqui está a prova que estamos enraizados no interior”. A frase é do cabeça de lista do BE pelos círculo eleitoral de Bragança, Pedro Oliveira, mas podia resumir a intenção do almoço-comício que o partido organizou em Viseu, no oitavo dia de campanha eleitoral.

Bragança, Guarda, Portalegre, Vila Real e Castelo Branco estiveram ontem em Viseu, representados pelos cabeça de lista do BE nestes vários distritos, que discursaram num almoço dedicado ao interior, um palco que apenas tiveram que partilhar com a coordenadora do BE, Catarina Martins, uma vez que, ao contrário do que é habitual, não houve qualquer intervenção de outros dirigentes nacionais ou fundadores do partido.

Foi este o momento que o BE escolheu para apontar à eleição inédita de um deputado – nesta caso uma deputada, Bárbara Xavier – pelo círculo eleitoral de Viseu, onde a aposta é disputar o mandato com o CDS-PP, partido que conseguiram ultrapassar nas eleições europeias de maio.

“Somos das beiras, somos do interior, somos mulheres e somos homens de garra e com vontade da mudança. Esta é a geração que Passos Coelho mandou emigrar, é a geração que se levantou pelo clima e ganhou o seu lugar na rua. Nestas eleições esta geração pode também ganhar um lugar no parlamento”, enfatizou a anfitriã Bárbara Xavier.

O cabeça de lista por Bragança foi o primeiro a usar a palavra, com ajuda da ironia: “a caminho de Viseu, taxaram-nos de 10 em 10 quilómetros numa das autoestradas mais caras do país, a A24. Digam lá se não é um luxo viver no interior”.

A comitiva brigantina até podia ter “vindo de comboio, se ele houvesse”, lamentando que “cortar e encerrar” se tenham tornado “sinónimo de interior”.

Rui Lino, que encabeça a lista bloquista por Castelo Branco, confessou que “isto de lutar pelo interior não é fácil”, lamentando que estas regiões andem a ser destruídas “por uma dança perversa entre dois polos partidários”.

“Como é que possível nós continuarmos a depositar a responsabilidades da resolução dos problemas do interior nas mãos de quem os criou e quem os aprofundou?”, questionou.

O interior que Rui Lino conhece é aquele “onde o privado não investe porque não é lucrativo e onde o estado desinveste porque já não vale a pena”.

Por Vila Real, Mariana Falcato Simões admitiu que a “luta dos camaradas do interior é dura”, graças aos “muitos quilómetros, poucas pessoas e muitas frases feitas”.

“Onde é que nós vamos buscar força para a luta? Vamos buscar força às pessoas. Vamos buscar força às vezes a quem nos fala mais baixinho ao ouvido e que nos diz: ?eu vou votar em si, mas não diga a ninguém'”, disse, numa frase que acabou com um sussurro.

Um sussurro que a candidata bloquista quer transformar no “grito do interior” que consiga chegar ao parlamento.

Foi António Ricardo, por Portalegre, que protagonizou o discurso mais inflamado, lembrando problemas como a central espanhola de Almaraz, as empresas poluidoras que não cumprem a lei e a agricultura intensiva.

“Não estamos aqui para chorar, mas estamos aqui para exigir uma outra coisa, que faz falta no nosso país, que é cumprir o terceiro poder local, a regionalização”, defendeu.

No distrito da Guarda é Jorge Mendes que tenta um lugar no parlamento, pedindo “mais força a esta força que é o Bloco de Esquerda” para conseguir que as respostas bloquistas “tenham êxito” e “para impedir uma maioria absoluta do PS”.

 

 

Lusa

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