O presidente da Câmara de Sernancelhe disse hoje que não vai votar para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), considerando que é um “modelo de eleição fictício” que “diminui o papel dos autarcas”.
Carlos Silva Santiago que é também presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, criticou o “timing” e o processo eleitoral.
A eleição indireta do presidente CCDR-N, até agora nomeado pelo Governo, está agendada para terça-feira e tem um único candidato António Cunha, ex-reitor da Universidade do Minho.
“Quando deixamos de ter um presidente de uma CCDR que era nomeado pelo Governo, quando se pretende aqui dar um sinal de democracia na região, de autonomia e legitimidade e se cria um modelo de eleição fictício, viciado, de certa forma acaba por envergonhar também quem o arquitetou e por diminuir a um papel tão baixo aquilo que é o poder local”, afirmou o autarca social-democrata.
Carlos Silva Santiago defendeu que “num país democrático em que se promove uma eleição de qualquer coisa, tem que se dar a oportunidade à sociedade civil de emergir”.
O autarca ressalvou nada ter contra o candidato, considerando que possui um “currículo muito bom”.
Quanto ao “timing” desta eleição lembrou a crise pandémica que se está a enfrentar e a fase final do atual quadro comunitário de apoio.
“Como é que é possível estamos a preparar o próximo quadro comunitário de apoio, a discutir um plano de resiliência para Portugal e andarmos a misturar tudo nas CCDR, para criar confusão, algum amadorismo, para que os dinheiros continuem a chegar aos grandes centros urbanos, para que o Interior de Portugal seja cada vez mais relegado ao abandono”, afirmou ainda.
Mais de 10.000 autarcas votam nas eleições indiretas de um presidente e um vice-presidente para cada uma das CCDR em 13 de outubro, entre as 16:00 e as 20:00.
Até agora os presidentes das cinco CCDR – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve – eram nomeados pelo Governo.