A presidente do CDS-PP disse no dia 21 na Barragem de Fagilde que desconfia que o Governo cumpra a promessa feita em julho pelo ministro do Ambiente, para minimizar os problemas de falta de água que afeta cinco concelhos.
“Para nós o que é importante é avaliar o que foi feito e a verdade é que nós ouvimos muitas promessas por parte deste Governo e poucas concretizações. Estamos a falar de um Governo apoiado num partido que é radicalmente contra barragens e, portanto, permita-me desconfiar do grau de compromisso por parte do atual Governo em relação a uma resolução definitiva deste problema no distrito de Viseu”, disse Assunção Cristas.
A líder do CDS-PP falava aos jornalistas no final de uma visita na durante amanhã à Barragem de Fagilde, em Mangualde, que abastece cinco municípios no distrito de Viseu que, juntos, têm uma população de quase 155 mil habitantes e que em 2017 “sofreram graves problemas de falta de água”.
“Do lado do CDS o compromisso é total com a resolução do problema, se as coisas estiverem já suficientemente estudadas e estruturadas, mas com certeza, nós sempre fomos e sempre seremos pela continuidade do bom trabalho que está feito, tenho é muitas dúvidas que esse bom trabalho esteja feito”, reforçou.
Assunção Cristas referia-se a uma promessa feita pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em julho deste ano na cerimónia de assinatura de protocolo entre cinco municípios do distrito de Viseu, – Mangualde (PS), Nelas (PS), Penalva do Castelo (PS), Sátão (PSD) e Viseu (PSD) – que são abastecidos pela Barragem de Fagilde, com o intuito de criarem uma empresa plurimunicipal – Águas de Viseu, E.P.M. – que permita a construção de uma nova barragem.
“Obviamente que ainda dentro deste quadro comunitário de apoio encontraremos as verbas necessárias para apoiar aquilo que for possível, com a certeza de que o mais importante é este entendimento, esta vontade de construir em conjunto, sabendo já que, por esta vez, podemos dar este apoio e que ele nunca faltará, nem poderá faltar na estruturação destes investimentos”, assumiu na altura João Matos Fernandes.
No final da cerimónia, em julho, o ministro esclareceu à agência Lusa que não sabia quando avança a construção da nova barragem, porque não havia “nenhum prazo para uma obra que nem projeto” tinha, mas assumiu que o Governo ia “obviamente começar a trabalhar isso depressa”.
“Nunca tive dúvidas de que tinha de haver uma solução de reforço de capacidade de água para abastecer este território com cerca de 150 mil pessoas, nunca fiz opções técnicas por A ou por B, as autarquias muito legitimamente sentiram que era Fagilde. Fagilde será”, reforçou João Matos Fernandes.
Hoje, Assunção Cristas disse que “não se avançou em nada”, ao longo dos últimos dois anos, desde o problema de falta de água, “fizeram-se pequenas limpezas nesta barragem, mas que não são estruturais e, sobretudo, não houve uma decisão séria e um estudo preparatório do ponto de vista do planeamento e do ponto de vista do projeto, quanto a alternativas e à forma de resolver esta questão”.
“Do lado do CDS o que sabemos é que o problema tem de ser resolvido de forma estrutural e sustentável e quando aqui no distrito de Viseu sabemos da urgência e da necessidade de resolver esta questão da água (…) e depois causa-nos espanto que haja partidos políticos a dizerem que as barragens são muito más porque a água evapora”, anotou.
Assunção Cristas durante a manhã andou em campanha na cidade com o cabeça de lista por Viseu, Hélder Amaral, e na parte da tarde participa no Festival Cherovia, no município da Covilhã.