Parte I
Na passada semana recolhi nas redes sociais respostas acerca da seguinte questão: “qual a cidade, vila ou aldeia mais bela do distrito de Viseu? Sugeri aos participantes que silenciassem os bramidos do peito e congelassem o terno calor do berço apenas por uns segundos. No fundo, deviam excluir o local onde nasceram ou cresceram, para gáudio da imparcialidade. Eu, que sou um romântico, paladino dos meus cursos e memórias, surpreendi-me com a panóplia de respostas que sufocaram a caixa de comentários (cerca de 80 pessoas deram o seu parecer). Vejamos, portanto, todas as escolhas: Silgueiros, São João de Lourosa, Mareco, Póvoa Dão, Castro Daire, São João da Serra, Abraveses, Mangualde, Sernancelhe, Vildemoinhos, Viseu, Resende, São Pedro do Sul, Vouzela, Pinheiro, Ferradosa do Douro, Nagoselo do Douro, Leomil, Penedono, Lapa, Vilar Seco, Sátão, Freixinho, Bassar, Gedieiros, Dade, Portela, Aldeia da Pena, Caramulo, Carvenães, Vila Cha da Beira, S.Macário, Mosteirinho, Tabuaço, Fujaco, Covas do Monte, Vila da Ponte e Codeçais da Ermida. São cerca de 40 povoados distintos.
A que conclusão é possível chegar através destes dados? Não somente uma, mas várias. Primeiramente, constatamos que o distrito de Viseu oferece às suas gentes e visitantes um mapa extenso e preenchido de diferentes cores e contornos, através do qual a beleza se guia rumo às predestinações geográficas.
A palavra beleza impede-nos o passeio horizontal das letras, qual muro de explicações que se exigem. Ao longo da história, homens de distintas ocupações do saber procuraram definir o que é belo. Teólogos, filósofos, poetas, escultores, pintores, linguistas, homens de Deus, cineastas, dramaturgos, entre outros. Todos falharam no sentido de que a definição não foi universal nas formas e nos termos. Estas realidades não são exclusivas dos homens de fina craveira, pois pertencem igualmente às pessoas de viveres frugais e modestos. Costumo dizer que o homem simples responde às grandes questões sem intenção e o homem complexo não acha respostas intencionalmente. Cada uma das pessoas que aceitou este repto (e esta é outra das conclusões) definiu beleza do seu próprio modo. As aldeias, vilas e cidades escolhidas transpareciam a alma de cada um.
Rico é o xadrez das motivações do viajantes: ora pela gastronomia local, ora pelo património histórico, ora pelas qualidades naturais ou até pelo ordenamento e o jeito dos habitantes. Viseu é a floresta fresca que exibe orgulhosamente as suas árvores. Recomenda-se a contemplação da paisagem para depois integrá-la. Somos parte desta floresta.
Parte II
Seria injusto não mencionar os destinos que mais suspiros roubaram aos viseenses que responderam ao nosso desafio. São eles: Mangualde, Castro Daire, Caramulo, Silgueiros, Vouzela e São Pedro do Sul.
Mangualde – “Destaco de Mangualde as suas belas paisagens, como é a de Fagilde, o património histórico, como a Ermida de Nossa Senhora do Castelo, o belo artesanato, as suas tradições, os espaços verdes e a genuinidade das gentes da terra.” – Catarina Melo, residente de Mldangua
Silgueiros – “Os seus principais pontos turísticos são a aldeia medieval de Póvoa Dão, igrejas e capelas da freguesia (existindo uma por aldeia) o solar de loureiros que e onde esta concentrada grande parte da historia da freguesia Quintas vitivinícolas espalhadas pela freguesia, o restaurante mesa de lemos (que nos últimos tempos tem dado ênfase a cidade de Viseu através da gastronomia Chefe de cozinha e o Diogo Rocha) e a adega cooperativa de Silgueiros, cada vez melhor cotada no mercado.” – Emanuel Cruz, residente de Silgueiros
São Pedro do Sul – “Como moradora de São Pedro do Sul, o mais bonito que aqui temos são as termas de São Pedro do Sul, balneário de dom Afonso Henrique, balneário rainha dona Amélia e o nosso comércio local. Viseu está a apostar na marca portuguesa de roupa e loja “Sandra”, aberta recentemente, é a prova disso.” – Cátia Almeida, residente de São Pedro do Sul
Vouzela – “Vouzela a bela senhora, está intimamente ligada ao principio da nacionalidade portuguesa, possuindo no seu território documentos e património histórico que se entrelaçam com a história do País e da civilização. É Vouzela a progenitora de figuras nobres, de Heróis e de Santos, onde personalidades como S. Frei Gil, D. Duarte de Almeida – “O Decepado”, Padre Simão Rodrigues, Morais de Carvalho e tantos outros enriquecem a sua galeria de ouro, a engrandecem e são o seu orgulho. Actualmente destaca-se João Cosme, fotografo, que colabora na revista National Geografic ,filho da terra que na sua génese profissional capturou os encantos da fauna e flora da senhora Vouzela.” – Chico Vzl, residente de Vouzela
Castro Daire – “Ao Visitar Castro Daire existe um misto de sentimentos, a beleza da Serra do Montemuro, fauna e flora, de onde se podem vislumbrar adoráveis e maravilhosas paisagens. O rio Paiva circunda-a no sopé, e corre, límpido ao longo de todo concelho. A prática de desportos radicais e a pesca desportiva são atividades possíveis e muito procuradas. Também o património arquitetónico – Igreja Matriz, Igreja da Ermida (Património Nacional), os miradouros, a diversidade de aldeias pitorescas, toda esta envolvência, aliada ao bem receber das gentes castrenses e à excelente gastronomia são um convite a que venham passar bons momentos connosco.” – Marisa Pinto, residente de Castro Daire
Caramulo – “Recomendo a aldeia do Jueus , fica perto do Caramulo e pertinho do Cabeço da Neve e Caramulhinho , tem uma vista lindíssima para a Serra da Estrela. A aldeia tem um hotel e casinhas pequenas restauradas onde podem pernoitar , tem um belo restaurante , de lá podem conhecer outras aldeias turísticas.” – Irene Pereira, natural do Caramulo.
Francisco da Paixão