Appolonio vence após ausência de quatro anos por doping, Caldeira apanha susto

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O italiano Davide Appolonio (Amore & Vita-Prodir) venceu ontem a primeira etapa da 81.ª Volta a Portugal em bicicleta, a primeira corrida que disputa em quatro anos, com chegada em Leiria.

No final dos 174,7 quilómetros, entre Miranda do Corvo e Leiria, Appollonio foi o mais rápido, cortando a meta em 4:47.08 horas, o mesmo tempo do português Daniel Mestre (W52-FC Porto) e do compatriota Matteo Malucelli (Caja Rural), segundo e terceiro classificados, respetivamente.

Appolonio, de 30 anos, está a correr a ‘Portuguesa’ após ter sido suspenso por quatro anos pelo uso de EPO, tendo sido contratado pela formação letã no final de junho, altura em que terminou a ‘pena’ imposta pela União Ciclista Internacional (UCI).

“Estou muito feliz e é muito estranho. Quatro anos [de suspensão por doping] foi tanto tempo. Hoje, só queria desfrutar da corrida e ver o que ia acontecer”, explicou no final da etapa.

Appolonio afirmou ter sofrido “grande parte do dia”, nas subidas, e convenceu-se, no final, a “‘sprintar’ “sem pensar no resultado”, agradecendo à família e amigos pelo apoio “nas coisas importantes da vida”.

“Não estou emocionado propriamente com a vitória, mas porque depois de quatro anos, há coisas mais importantes na vida. Hoje, foi só uma corrida de bicicleta”, atirou.

Antigo corredor da Sky e da AG2R La Mondiale, do pelotão WorldTour, o italiano impôs-se na reta final, após uma ligeira curva na Avenida Dr. João Soares, já depois de passarem por uma última rotunda, que já serviu para selecionar os velocistas em melhor posição.

Num dia em que o pelotão atravessou várias das estradas assoladas pelos incêndios em 2017, em Pedrógrão Grande, uma fuga de quatro elementos rapidamente se estabeleceu e ganhou vantagem nos primeiros 15 quilómetros.

O suíço Mathias Reutmann (SRA), o espanhol Peio Goikotxea (Euskadi) e os portugueses David Ribeiro (LA Alumínios) e Gaspar Gonçalves (Miranda-Mortágua) chegaram a ter 12 minutos de fuga e discutiram entre si os pontos de montanha e as metas volante.

Goikotxea, que se impôs na Serra da Lousã, contagem de primeira categoria, acabou por arrecadar mais sete pontos que os adversários e lidera a classificação dos trepadores.

Numa das poucas chegadas que podiam ser disputadas ao ‘sprint’ na 81.ª edição, foram as equipas dos velocistas a assumir as despesas do pelotão, com a W52-FC Porto, do camisola amarela Samuel Caldeira, a ‘aproveitar’.

A fuga foi alcançada nos últimos quilómetros e os nervos em torno do melhor posicionamento instalaram-se no pelotão compacto, com Appolonio a mostrar-se mais forte na reta final.

Samuel Caldeira acabou por ter um susto no final, ao ver-se envolvido numa queda a dois quilómetros da meta, que também afetou Joni Brandão (Efapel), ainda que não tenha tido consequências na geral.

Antes, o espanhol Óscar Sevilla (Medellín) também caiu e as mazelas eram visíveis quando atravessou a meta, ainda que tenha mantido o 14.º posto.

Nas contas da geral, que não sofreram alterações nos principais postos, Caldeira mantém-se de amarelo, com menos de um segundo de vantagem para o suíço Gian Friesecke (SRA) e o colega de equipa espanhol Gustavo Veloso, segundo e terceiro, respetivamente.

Hoje, sexta-feira, o pelotão enfrenta a segunda etapa, a mais longa da 81.ª edição, que liga Marinha Grande a Santo António dos Cavaleiros, em Loures, ao longo de 198,5 quilómetros, com uma contagem de montanha de terceira categoria em Salemas e uma outra, de quarta, a coincidir com a meta, após uma média de 7% de inclinação nos últimos 1.400 metros.

 

 

Lusa