AI JUSTIÇA, AI JUSTIÇA… Por Celso Neto

1803

Transformemos em Deus o senhor juíz

Mostremos a fogueira à infame meretriz

Façamos da Santa Religião

O nosso guião…

Acatemos sem pestanejar a douta sentença

Peçamos perdão pela nossa ofensa…

A ele cabe decidir

À vítima… acatar e cumprir!

 

Quem discorda e goza com as suas decisões

Sujeita-se a ter que gastar uns tostões…

A ameaça com a presença perante os seus iguais

É triste, ignóbil, tacanha…  É má demais!

Ninguém está acima da Constituição

E a lei é igual para qualquer cidadão

Juiz ou não…

 

A religião não pode ser argumento

Para um acórdão tendencioso…nojento!

As mulheres merecem respeito

E a reparação do mal que foi feito!

 

Quem faz da sua razão a violência

Tem que ser condenado, tenham paciência!

E violência não é só pancada

É ameaça e dignidade intimidada…

Transferir o senhor juíz para outro local

Sinceramente… cheira-me mal!

Os senhores magistrados são como os outros mortais

Corruptos, abusadores, malformados… cada vez há mais!

 

Temos que estar alerta e não permitir que a Justiça

Não tenha a laicidade como premissa

Muitos dos que andam para aí a bater no peito

Fazem-no apenas porque isso lhes dá jeito!

Quem fundamenta desta forma as decisões

Devia, pura e simplesmente, ser impedido de exercer funções!