A fase final do campeonato distrital de futebol de formação no Distrito já está marcada por incidentes graves.
O jogo entre o Molelos e o Académico de Viseu, do campeonato de iniciados, ficou marcado por insultos racistas, invasão de campo e agressões, levando à ação da GNR.
No jogo dos Cracks de Lamego com Os Repesenses, para este mesmo campeonato, a violência levou a uma intervenção “musculada” da Polícia.
Em Armamar, a equipa de iniciados de futsal da Casa do Benfica de Viseu abandonou, antes do final, o jogo por falta de segurança.
Volta e meia somos confrontados com estas situações, algumas delas protagonizadas por pais, treinadores e outros agentes desportivos.
Cabe aos clubes protegerem os atletas, crianças e jovens, reportando todos estes casos às Autoridades e Entidades responsáveis. Não se pode relevar qualquer tipo de violência ou racismo! A verdade é que a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, a Associação de Futebol de Viseu e as Forças de Segurança estão atuantes, mas para isso temos de lhes fazer chegar os acontecimentos. Só assim poderão intervir. Também exigimos que, depois, as punições sejam publicitadas, para que não exista a sensação, ainda mais, de impunidade e sirvam de exemplo para potenciais agressores.
Os Municípios, nos seus contratos-programas, já preveem o corte de subsídios a clubes cujos agentes e/ou adeptos tenham um comportamento desviante no desporto. Temos de investir em mais ações pedagógicas.
Não aceitar a agressão e ter coragem de denunciar são dois dos requisitos a cumprir para travar a violência no desporto. Dependem muito de todos os agentes desportivos e, em especial, dos árbitros, que têm de denunciar todos os casos. Esta foi, aliás, uma das conclusões do congresso sobre a violência do Comité Olímpico Português que decorreu esta semana.
Todos somos responsáveis se presenciarmos estas situações e não as reportarmos. Os adultos não podem ser maus exemplos. Não podem levar as suas frustrações para os jogos dos filhos, nem podem compactuar com situações de violência causadas por outros. Crianças de 14 anos agredidas e insultadas no desporto são realidades inconcebíveis e criminosas.
Também os clubes não podem ter medo ou preservar a sua imagem assobiando para o lado. É preciso uma intervenção imediata e eficaz da sua parte sempre que ocorram situações como estas.
Adultos, urge defender os direitos das crianças e dos jovens. Deixem-nos jogar e cumpram o vosso papel: protegê-los!
Vitor Santos
(Embaixador do PNED)
Ilustração de Miguel Rebelo