Agenda feminista pretende “semear a igualdade” em 2023

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Uma agenda feminista que pretende “semear a igualdade” durante os doze meses de 2023, seja em zonas rurais ou em espaços urbanos, foi hoje lançada em São Pedro do Sul.

“Mulheres, igualdade, território” é o nome da agenda da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), que foi financiada pelos municípios de São Pedro do Sul e de Mangualde e pela Associação Fragas Aveloso, no distrito de Viseu.

A cofundadora e dirigente da UMAR Manuela Tavares lembrou que “lançar as sementes à terra foi, durante anos e anos, a atividade das mulheres das zonas rurais da região de Viseu”.

“O local onde se nasce e vive continua a influenciar os processos emancipatórios das mulheres. Outras sementes têm de ser lançadas, para que esses processos se acelerem: as sementes da igualdade”, frisou.

No seu entender, essas sementes têm de ser lançadas por todo o lado, seja nas zonas rurais ou urbanas, nas associações locais, nos poderes municipais e “fundamentalmente nas escolas”.

Atendendo a que a Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação “coloca como um eixo muito importante de intervenção a territorialização da igualdade”, a UMAR cumpriu o sonho de lançar esta agenda para 2023.

Nela, doze mulheres, uma por cada mês do ano, “lançam as sementes da igualdade” com os seus textos inspiradores, considerou Manuela Tavares.

Adriana Gomes (associação Fragas Aveloso), Aida Coelho (União das Freguesias de Reriz e Gafanhão), Ana Bento (multi-instrumentista e compositora), Rafaela Santos (atriz e encenadora), Ângela Abreu (socióloga) e Cristina Amaro da Costa (engenheira agrónoma e apicultora) são as mulheres que dão rosto aos primeiros seis meses do ano.

Seguem-se-lhes Ekaterina Malginova (técnica superior), Maria do Céu Paiva (reformada), Maria José Coelho (vereadora da Câmara de Mangualde), Sandra Fortunato (dinamizadora do projeto Bons Tempos), Teresa Sobrinho (vereadora da Câmara de São Pedro do Sul) e Vanda Rodrigues (educadora social).

“Cerca de um terço de todas as mulheres no mundo trabalham na agricultura, cultivam as suas terras, alimentam e sustentam famílias inteiras. É urgente ouvi-las, ampliar as suas vozes, trazê-las para os palcos das decisões, aprender com elas e disseminar o seu conhecimento”, referiu Maria José Coelho, durante a cerimónia de apresentação.

Já Teresa Sobrinho lembrou que “toda a igualdade, seja de género, social, racial, religiosa ou política é um direito e é universal”.

“É nosso dever, de todos e de cada um de nós, defender os direitos humanos, começando pela nossa casa, pela nossa comunidade e em qualquer parte do mundo, agindo, agindo, agindo”, sublinhou.

Segundo Manuela Tavares, os interessados em ter a agenda feminista devem contactar a UMAR por email.