Criar oficinas para ocupar os invisuais e estimular a convivência e a troca de conhecimentos é um dos objectivos da ACAPO-Viseu, para 2017. “Vamos lançar esse desafio aos nossos associados. Trazerem para aqui os seus saberes e fazerem trabalhos, para depois os expor e vender. Será, também, uma forma de arranjar mais algum dinheiro para a associação”, diz Sara Lourenço.
A ACAPO-Viseu tem actualmente cerca de 190 sócios efectivos e 150 sócios cooperantes, mas atende um total de perto de 350 pessoas, sejam ou não associadas. Além de ajudar na higiene e nas tarefas diárias, através de visitas domiciliárias, presta ajuda psicológica aos utentes e suas famílias.
“Temos uma equipa multidisciplinar e duas viaturas (uma carrinha e um automóvel) para nos deslocarmos aos concelhos do distrito, onde há pessoas que precisam de ser ajudadas”, explica Sara Lourenço.
A grande preocupação da ACAPO é estimular os invisuais, para que não desistam de fazer a sua vida, e reabilitá-los. “Por vezes, não se trata de reabilitar mas de habilitar. É o caso, por exemplo, de alguns homens que nunca cozinharam nem fizeram tarefas domésticas, mas que, entretanto, cegaram e ficaram viúvos. Temos que os habilitar a fazer esses trabalhos, para que possam cuidar de si, quando estão sozinhos”. Sara Lourenço diz que há uma grande tendência para a desmotivação e para o isolamento, entre as pessoas cegas, sobretudo idosas. “Tentamos ajudá-las a todas, mas num distrito tão grande, com os nossos escassos recursos, é complicado chegar a todo o lado”.
A verba recebida da Segurança Social, com quem a ACAPO tem um acordo atípico, não é suficiente para os encargos da associação. Por isso, são indispensáveis os apoios de empresas e os acordos com algumas autarquias.
S.M.