No dia 6 de Novembro, às 17h, sairemos à rua, faça sol ou faça chuva, para nos juntarmos à manifestação contra a Violência Obstétrica.
No Rossio, levantaremos vozes e braços, pois “Esta é a Luta que Vos Pariu” – ação promovida pela OVO PT, e apoiada por associações e organizações nacionais e Viseenses (Por Falar em Nascer Viseu (grupo da APDMGP), Amamenta Viseu, La Tribu, Plataforma Já Marchavas Viseu).
A violência obstétrica é qualquer tipo de maus-tratos existente no contexto da assistência obstétrica à mulher ou pessoa gestante.
Por maus-tratos entende-se um conjunto de ações ou comportamentos infligidos à pessoa e/ou ao bebé, colocando em risco a sua integridade e saúde física, mental, emocional.
Aos dias de hoje, ainda acontecem maus-tratos físicos, tais como a limitação na liberdade de movimentos, o ato de amarrar a parturiente à maca, as manobras de indução de parto sem consentimento ou indicação clínica,…
Aos dias de hoje, ainda acontecem maus-tratos psicológicos, tais como ameaçar, humilhar, gritar, discriminar, coagir, ignorar, omitir informação,…
Aos dias de hoje, estes maus-tratos podem ainda revestir-se como violência sexual, tais como os toques vaginais sucessivos invasivos e/ou agressivos, bem como a realização de episiotomia.
A realização de práticas não conformes com as recomendações da OMS ou a supressão da autonomia da mulher… são Violência Obstétrica.
E por isso, SIM, Em Viseu, também acontece [ainda] Violência Obstétrica.
Em Viseu, também nos encontramos vulneráveis na condição de população do interior do país. Estas medidas relativas ao fecho de urgências obstétricas são mais uma prova de desinvestimento e abandono da população que habita fora dos grandes centros urbanos. Indo eles, indo eles, a caminho destas medidas, se não encontrarmos o nosso Centro, amanhã, seremos nós!
Em Viseu, o Hospital São Teotónio, Amigo dos Bebés, continua a aplicar práticas sem evidência científica de suporte; práticas que vão contra as recomendações da Organização Mundial de Saúde; práticas que vão contra a integridade física e psicológica da família que, naquele momento, está a nascer: as mães, os pais, os bebés.
Em Viseu, como em toda a parte, o parto respeitado não pode ser sorte: é um direito!
Por todos estes motivos, se Viseu quer continuar a ser a melhor cidade de Portugal para se viver, não será hora de ser também um exemplo nacional no momento de nascer?