A Federação Portuguesa de Cineclubes (FPCC) assinala , hoje, 14 de Abril o dia do Cineclube. Na génese desta comemoração, em 2019, promovemos, em conjunto com 23 cineclubes federados na FPCC, um conjunto de diversas iniciativas, num programa que contou com o reconhecimento e apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA). Uma celebração que foi além do dia, mas sobretudo da prática que nos leva a reunir com regularidade e pensar coletivamente sobre a imagem projectada e as realidades representadas.
A FPCC escolheu o dia de 14 de Abril com base em factos históricos, nomeadamente quando em 1907, Edmond-Benoit-Lévy, director da revista Photo-Ciné-Gazette anuncia a fundação do primeiro “ciné-club”, instalado no boulevard Montmartre, 5, em Paris. Este primeiro “ciné-club” situava-se nas instalações do cinema Pathé Omnia, um dos primeiros cinemas de Paris, inaugurado no ano anterior. Este “ciné-club” propunha à sua comunidade um local de reunião, uma sala de projecção, uma biblioteca e um “boletim oficial do ciné-club”. Em suma a comunhão da comunidade com a cultura e assim“trabalhar para o desenvolvimento e progresso do cinematógrafo sob todos os pontos de vista”.
Este movimento colectivo cessou ao fim de pouco tempo, mas é retomado em 1920 pelo realizador Louis Delluc e alguns amigos, que fundam no início do ano o Ciné-club de France e, 11 dias depois, a 14 de Janeiro, o Journal do Ciné-club que se dirigia aos “habitués do cinema” e procurava fidelizar um público ávido de conhecimento e legitimar o cinema como arte.
Em Portugal a história do Cineclubismo escreveu-se também em colectivo. Na véspera de 14 de abril, fundou-se em 1945, o Clube Português de Cinematografia, mais conhecido como Cineclube do Porto, marcando o início do movimento cineclubista nacional. Hoje celebramos o 76.º aniversário do Clube Português de Cinematografia / Cineclube do Porto, o mais antigo Cineclube em exercício e olhamos com dicotomia para o futuro. Se 2020 foi um dos anos mais difíceis do movimento cineclubista, contemplamos com optimismo o futuro, na esperança que se perceba, mais uma vez, que o cineclubismo é feito de resistência e irreverência, tenacidade e unidade, desafios e superação.
“Essa é também a força de uma Federação. Essa é a força do cineclubismo e aqui deixamos algumas provas da enorme resiliência do Cineclubismo Português.
Não desmotivamos, em 2022 vamos fazer uma grande festa!